Entrevista a Afonso Cruz

Depois de um interregno de algumas semanas na rubrica entrevistas, voltamos em grande, com o escritor Afonso Cruz.
Aproveito para agradecer mais uma vez ao Afonso Cruz a simpatia e disponibilidade com que recebeu o meu pedido de entrevista.

HT: Como é que surgiu o gosto pela escrita?
Afonso Cruz: Julgo que através da leitura, por gostar de livros. É sempre importante acumular coisas antes de as fazer nascer, ter uma raiz capaz de sustentar alguma coisa. Desse espaço invisível, debaixo da terra, da leitura, nasce a escrita.

HT: Além de escritor, trabalhou como animado em diversos filmes, está ligado à música e ainda é ilustrador. Como é que consegue conciliar isto tudo?
Afonso Cruz: São expressões diferentes, mas que se complementam. Comecei pela ilustração e tentei sempre, ao longo da vida, descobrir novas maneiras de dizer o que sinto e penso. A música e a literatura foram outras maneiras de o fazer.

HT: Tem algum horário pré-estabelecido para escrever ou fá-lo quando tem inspiração?
Afonso Cruz: Não tenho horários, mas tenho prazos. Prefiro escrever à noite, quando não recebo emails, quando não recebo telefonemas, quando tudo está mais silencioso. Julgo que a minha “inspiração” gosta dessas condições.

HT: De todos os livros que publicou até agora, consegue eleger o que lhe deu mais prazer a escrever?
Afonso Cruz: Não. São como os filhos, que podem ser diferentes, mas não hierarquizáveis.

HT: Presumo que goste de ler. Quais são as suas referências literárias?
Afonso Cruz: Várias. Gosto de ler quase tudo, policiais, ficção científica, infanto-juvenil, divulgação científica, filosofia. Deixo quatro ou cinco nomes: Rumi, Kazantzakis, Dostoievski, Saint-Exupéry, Platão.

HT: Para finalizar, a pergunta habitual: já está a trabalhar num novo livro?
Afonso Cruz: Estou sempre a trabalhar num novo livro.

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