Entrevista a Rui Sobral

O nosso convidado de hoje para a rubrica Entrevistas é o autor Rui Sobral, a quem agradeço desde já a simpatia com que acolheu o meu pedido de entrevista.
Se quiserem ficar a saber um pouco mais deste autor e da sua obra "A NU", não deixem de visitar a sua página: https://www.facebook.com/ruisobral.author

HT: É inevitável começar com esta pergunta: Como é que surgiu a ideia de publicar um livro e porquê poesia?
Rui Sobral: Bem…eu escrevo desde sempre, contudo a partir dos 12, 13 anos escrever é o que faço de forma regular, incisiva e apaixonada. Sempre sonhei publicar uma obra em livro mas não comecei a escrever para publicar! Iniciei o meu trajecto pela poesia – se é que posso considerar tal, muito pela influência do que comecei a ler: apaixonei-me por Camões, entretanto por Antero de Quental, Florbela Espanca e mais tarde por Pessoa. Na altura fazia sentido – para mim, escrever poesia e assim foi. Escrevia, escrevia e escrevia e… “deixava na gaveta”. À medida que me aperfeiçoava e que a minha escrita ganhava maturação sentia que tinha em minha posse algo que deveria e merecia ser apreciado por todos, algo que deveria ser enobrecido em livro e principalmente algo que não era só meu, mas que pertencia a todos. Em 2013 juntei os poemas e outros escritos que achei que faziam sentido estar em livro, editei os que já não se adaptavam à identidade da obra que queria construir, outros não seleccionei porque achei que não tinham maturidade suficiente para o supradito e fui à busca de uma editora que se identificasse com o “a nu” para que juntos traçássemos o caminho para o desabrochar desta obra. 

HT: Como correu o processo de edição?
Rui Sobral: Creio que correu da melhor forma possível. Entre todas as revisões, provas e demais constituintes de qualquer processo de edição eu acho que todos os intervenientes ficaram satisfeitos com o resultado final. Foi um processo indubitavelmente rico em termos de cooperação entre a editora e o autor, a liberdade era mútua mas as coisas só se faziam em plena concordância desde o miolo à capa e contra-capa, isso porque quis e quero ter um papel activo em todas as fases da vida do “a nu”. Por exemplo, as fotografias da capa e contra-capa foram seleccionadas por mim: a da capa é da autoria do reconhecido fotógrafo e amigo pessoal Pedro Monteiro e a contra-capa conta com uma fotografia do talentoso, e também amigo, Pedro Leite. Escrever o “a nu” foi fazer um filho, editá-lo em livro foi vesti-lo.       

HT: Gosta de Ler? Se sim, quais as suas referências literárias?
Rui Sobral: Sim. Gosto. A leitura anda sempre a par com a escrita. São muitas, Richard Zimler, José Luís Peixoto, Saramago, Tolstoi, Dostoiévski, Eça de Queiroz, Shakespeare, Camões, Lispector, Gabriel Garcia Marquez, António Lobo Antunes, Espanca, Pessoa, Neruda, Kafka….

HT: Para terminar, sei que ainda é muito cedo, mas não posso deixar de perguntar: já pensa num novo livro ou ainda está a “aproveitar” este?
Rui Sobral: O novo livro já é muito antigo na minha cabeça! Neste momento estou a trabalhar numa obra que deve sair no final do ano. E não é poesia! Já tenho todos os ramos no sítio, já escrevi uma grande parte da obra mas parei porque precisei de fazer pesquisa, aliás está a ser uma pesquisa, no mínimo, tenebrosa e certamente será assim até ao final de Julho. Depois retomo à escrita. De qualquer modo estarei sempre a desfrutar do “a nu” porque o partilho com todos. Quando faço alguma apresentação, quando faço uma sessão de autógrafos, o que for, eu estou realmente a aproveitar porque sentir e tocar nas pessoas, falar com as pessoas é das melhores coisas que posso sentir. Por isso, a todos, o meu obrigado!

Sem comentários: